

By: Leonardo Menezes
Economia
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IGP-M em alta de 2,74% no mês de agosto. Afinal, o que significa essa sigla?
O IGP-M (Índice Geral de Preços-Mercado) é um índice inflacionário, assim como o IPCA. Porém, criado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em seu Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) e com uma metodologia de cálculo distinta do IPCA.
O IGP-M é composto de três índices:
- IPA – Índice de Preços ao Produtor Amplo: 60% do IGP-M;
- IPC – Índice de Preços ao Consumidor: 30% do IGP-M;
- INCC – Índice Nacional de Custo da Construção: 10% do IGP-M.
Segundo o IBRE, o IPA registra as variações dos preços de produtos agropecuários, industriais e produtos em geral que sejam anteriores ao consumo final. Nesse sentido, podemos incluir os preços de matérias-primas e commodities, por exemplo a madeira, o minério de ferro, o milho, e outros.
Da mesma forma, temos o IPC, responsável pelos preços dos bens e serviços habituais de uma família. Por último, o INCC, que afere a evolução dos custos de construções habitacionais, um índice voltado para a área da construção civil.
IGP-M em tempos de alta do dólar
A partir da alta de 2,74% (em agosto), o IGP-M conta com altas acumuladas de 13,02% em 12 meses. Parte da alta do índice está relacionada com o minério de ferro, um metal muito afetado pela variação cambial do dólar. Além disso, produtos como milho e café (em grãos) também auxiliaram no aumento do IPA, influenciando diretamente no IGP-M. O IPA ficou em 3,74% em agosto.
Em contrapartida, o IPC apresentou uma queda mínima de 0,01% no mês de agosto ante julho (0,48% em agosto). Essa estagnação deveu-se ao setor de Transportes com a queda das taxas da gasolina de 4,45% para 2,66%.
Quanto ao setor de construção civil com o INCC, esse apresentou queda de 0,02% (0,82% em agosto).
O Gráfico 1 apresenta o histórico das taxas (% mês) de IGP-M, IPA, IPC e INCC dos últimos 12 meses:
Gráfico 1 – Evolução Inflacionária (% mês)


Elaboração: Grupo Nash Consultoria
Nesse meio tempo apresentado pelo gráfico das evoluções inflacionárias, fica perceptível a retomada da inflação após um período de quedas que diz respeito aos piores meses da crise da COVID-19. Em julho e agosto vemos o IGP-M em alta.
Impactos do IGP-M
Por mais que o IPCA seja a inflação oficial do Brasil, o IGP-M age como indexador de inúmeros valores, o que inclui os aluguéis, a energia elétrica, entre outros. Em sua maioria, os proprietários de imóveis costumam indexar seus contratos com base no IGP-M justamente pela construção civil estar presente em seu cálculo.
Em síntese, esse acúmulo de 13,02% em um período de 12 meses representa uma preocupação às pessoas que moram em imóveis alugados. Do mesmo modo, os setores primários sofrem com o aumento das matérias-primas e commodities por conta das variações cambiais.
Por fim, como o IPCA trabalha com produtos finais, não sente o peso do dólar como o índice da FGV que visa uma pesquisa, principalmente, de produtos primários como o boi, o ouro, a soja e tantos que se encontram a mercê da balança internacional de preços.
Não se lembra do IPCA, nós podemos te ajudar! Confira o nosso artigo sobre a inflação oficial do Brasil.