By: Leonardo Menezes
Economia
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Na quinta-feira (24/09), foi divulgado o Índice de Confiança do Comércio (ICOM), de responsabilidade da Fundação Getúlio Vargas. Esse índice busca identificar as expectativas do setor comercial para os próximos meses, bem como a possibilidade de novos investimentos.
Em decorrência da pandemia, o índice sofreu uma queda brusca de março a junho e, a partir de julho, começou a apresentar recuperação. O mês de agosto já havia apresentado crescimento de 10,5 pontos na confiança se comparado ao mês anterior. Enquanto isso, setembro trouxe uma elevação de mais 3 pontos com relação a agosto.
Gráfico 1 – Índice de Confiança do Comércio
A partir do gráfico 1 é possível ver dois desenhos diferentes quanto à queda da confiança. Em primeiro lugar, a crise de 2015 e 2016, seguido de uma lenta recuperação da economia. Na sequência, por efeitos da pandemia da COVID-19, um novo tombo da confiança, esse maior do que o anterior. Ainda assim, a confiança do comércio se reestabeleceu em poucos meses, com o desenho em “V”, atingindo o nível de pré-pandemia em setembro.
As expectativas para o setor comercial
De forma a destrinchar o gráfico apresentado, a FGV disponibilizou um segundo gráfico, tratando, por exemplo, das expectativas para o segmento comercial:
Gráfico 2 – Índices de Confiança, Situação Atual e Expectativas do Comércio
Nesse sentido, fica perceptível que o IE-COM, o qual trabalha com as expectativas do comércio, não está em um patamar de igualdade com relação ao Índice de Confiança do Comércio. Essa situação ocorre devido às incertezas que constam na economia brasileira. Rodolpho Tobler, Coordenador de Sondagem do Comércio da FGV IBRE, cita três pontos como causadores dessa retração nas expectativas de confiança do comércio:
- O fim do pagamento do auxílio emergencial;
- A lenta recuperação da confiança por parte dos consumidores;
- Os desafios do mercado de trabalho.
No mês de dezembro encerra-se o programa de auxílio emergencial que, inicialmente, foi de R$ 600,00 mensais. Ao cortar o auxílio para conter as enormes dívidas do Estado, o poder de compra dos brasileiros também sofre esses cortes. Portanto, o fim desse auxílio, bem como as altas taxas de desemprego, corroboram para essa confiança tímida do consumidor.
Além disso, quando falamos do desemprego, tocamos na ferida do mercado de trabalho, segundo o IBGE, o número de desempregados no Brasil, no final de agosto, era de cerca de 13 milhões de pessoas. Por conseguinte, a confiança do comércio para o futuro não tem o mesmo fôlego do que para o momento atual.
Incertezas geram desconfianças
Em resumo, o cenário de recuperação da economia traz uma confiança ao comércio, ao menos na situação atual. Por outro lado, ainda é cedo para dizer se essa confiança persistirá em 2021, visto que projetos como o Renda Brasil, foram deixados de lado pelo governo. Sendo assim, não há como afirmar que os desempregados terão qualquer tipo de renda após o fim do auxílio emergencial.
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